Roteiros: Sul da França - parte 2: Côte d'Azur (as praias)

Cagnes-sur-Mer
O nome Côte d'Azur significa literalmente costa azul e num domingo de sol, fomos explorar melhor esse tal azul. O objetivo era passar pelas diversas praias da região e parar na que gostássemos mais para curtir uma praia. Lá fomos nós para Cagnes-sur-Mer, que é uma cidade bem bonitinha, bastante florida, com uma orla de calçadão perfeito para corrida, caminhada, andar de roller ou bicicleta (esses últimos, inclusive, existem para alugar na orla). A praia é bonita, porém de pedrinhas, então não foi nossa escolhida. No último dia de viagem, acabamos ficando hospedados próximos a Cagnes e pudemos passear um pouquinho pelos restaurantes e eu gostei muito da cidade. Acho que é uma boa opção de hospedagem, pois fica bem perto do aeroporto, é uma cidade de praia e é mais barata que Nice.
Top Less em Antibes
Vista de Antibes da Notre Dame de la Garoupe
Grasse
De lá, seguimos pela estrada costeira, passando por Villeneuve-Lobet Plage, Les Maurrettes, até chegarmos a Antibes, onde encontramos uma praia com areia e decidimos ficar. O almoço foi um sanduíche no pão baguete na beira do mar e estava uma delícia!
Antibes é uma cidade mais glamurosa que as demais, bem charmosa, com um centro histórico onde está o Museu Picasso, pois o pintor habitou aquela região por muito tempo e fica num castelo (Château Grimaldi). Há alguns clubes de praia mais exclusivos, mas nós ficamos na praia pública, onde há diversas barracas de praia com opções de sanduíches, crepes, etc.
A extensão da areia é bem estreita e como era domingo, a praia estava cheia - principalmente de alemães e italianos! E é claro que vimos várias corajosas de top-less, mas só as mais velhas. Não vi jovens bonitas fazendo.
O mar não tem ondas, como todas as outras praias que vimos por aqui. E a água é gelada! Ainda não tive coragem de entrar dessa vez, mas o Rômulo, como sempre, entrou e nadou! Passamos algumas horas bem agradáveis por lá, mas o sol estava forte.
Vimos algumas pessoas indo à pé para um caminho que chamou nossa atenção e acabamos seguindo-as até que chegamos ao Chemin du Calvaire e à Notre Dame de la Garoupe, que é uma igreja antiga que fica em cima de um morro e de lá se tem uma vista bela da região.
Se você vai pra França esperando que a praia seja um pouco parecida com o que a gente conhece como tal, creio que irá se decepcionar. As praias são bem piores que a maioria das nossas. Mas vale a pena experienciar isto e apreciar a linda cor do mediterrâneo.
Grasse
Após cinco noites em Vence, era hora de seguir para nosso próximo destino: Grimaud. Antes, porém, passaríamos em 2 outras cidades. Sempre que possível, escolhemos viajar pelas estradas nacionais, que são secundárias, mais lentas e sem pedágios. As auto-routes são boas quando se tem pressa, mas não era o nosso caso. Dessa forma, pudemos passar por rotas cheias de curvas, com paisagens lindas. Escolhemos dar uma passada em Grasse, a cidade do perfume, antes de seguir para Cannes. Grasse fica no alto, também tem uma parte medieval bem antiga e é onde está a fábrica de uma das perfumarias mais famosas e antigas da França: a Fragonard. Lá eles tem um museu do perfume gratuito (há outro museu do perfume pago na cidade, que talvez seja maior, mas não chegamos a conhecer) e diversas lojas, desde a tradicional perfumaria até loja de roupas femininas, infantis e de artigos pra casa. Tudo que a Fragonard faz, além de cheiroso, é lindo! Queria comprar a loja inteira! Compramos alguns presentes pras mães e eu comprei um perfume de jasmins. Pausa rápida para esse assunto. Fomos pra essa região achando que o cheiro da viagem seria o da lavanda, mas acabou sendo o perfume dos muitos jardins de jasmins espalhados por todas as cidades. Ficamos encantados e apaixonados por essa planta! Que aroma mais delicioso e marcante! Não tive como não comprar um perfume que me lembrasse desses lugares incríveis que vimos cada vez que usasse aqui no Brasil.
Gostamos muito de Grasse. Achamos os souvenirs mais baratos por lá e bem variados. Além disso, há muita opção de restaurantes, boulangeries e patisseries com preço bom e sabor idem. Certamente vale a visita.
Cannes
De lá, seguimos novamente para o litoral, agora a parada mais chic de toda a viagem: Cannes. Sinceramente, achei a ostentação e o cheiro de dinheiro bem mais forte em Cannes do que em Mônaco. A cidade é um encanto, com hotéis 5 estrelas, imponentes, de onde saíam carros caríssimos e mulheres lindas. A praia é de areia, com extensão maior e é cheia de clubes exclusivos, a maioria dos próprios hotéis. Passamos pelo Cassino, onde ocorre o famoso festival de cinema e andamos a orla quase inteira, que é super arborizada, com diversas praças e jardins. Tudo perfeitamente cuidado e bonito. Do outro lado da rua, em frente aos hotéis, estão as lojas mais famosas e caras do mundo, grifes de roupa, sapato e joalherias.
Já estava ficando tarde e precisávamos chegar à nossa pousada antes das 19h, em Grimaud, então demos um au revoir para Cannes e partimos.
Charme nas ruas de Cannes
Cannes
Praia em Cannes
Tudo muito lindo em Cannes
Grimaud é uma pequena cidade medieval, bem próxima ao litoral. Escolhemos esse local como base para conhecer St. Tropez, St. Maxime e St. Raphael mais por causa da pousada do que por qualquer outro motivo. Realmente fizemos a escolha certa. Essa talvez tenha sido a pousada mais confortável de toda a viagem. Trata-se do chambre d'hote Ancie, uma pousada de 6 quartos enormes, com cama muito gostosa, armários, banheiro espaçoso e uma mesa externa reservada para tomar café da manhã (que não é incluso e custava $10,00 euros. Compramos cereais, leite e frutas e fazíamos o nosso próprio café da manhã). Uma pena eu não ter tirado foto do quarto. A pousada fica um pouquinho longe da cidade, o que torna as noites totalmente silenciosas. Ela é rodeada de vinhas e pudemos dar uma corridinha de 5km por elas e foi ótimo. Os donos são super atenciosos e simpáticos.
Vista do mar desde as ruínas no antigo castelo de Grimaud
Moulin St. Roch
A cidade é bem pequena e tem cerca de 5 restaurantes. Conhecemos um italiano no primeiro dia que estava mais ou menos e nas duas noites seguintes, jantamos no Clem's (ou Le Clem), que foi uma indicação do pessoal da pousada. A comida era uma delícia e o preço, justo. É sempre cheio. Mas o ponto alto é uma varanda com cerca de 6 mesas forrada de jasmins, na parede e no teto. Ai que saudade daquele aroma!
Grimaud
Além da excelente pousada Ancie e do Clem's, Grimaud tem ainda uma ruína de um antigo castelo em cima da montanha, de onde se vê o mar e um antigo moinho de farinha, que por muita sorte tivemos a chance de conhecer por dentro (são só 2 visitas internas ao moinho por ano e estávamos lá no dia). Fica a cerca de 20 minutos de St. Maxime e a 30 minutos de St. Tropez.

St. Raphaël
Há muitas praias próximas à Grimaud. Começamos nossa exploração indo em direção à St. Raphaël e depois fomos voltando pela praia, até encontrarmos a que achássemos a melhor para passar a tarde. Tivemos algum problema com nosso GPS e achávamos que o centro de St. Raphaël estava ficando longe demais, então paramos nessa praia da imagem acima, mas como era de pedras, resolvemos não ficar. No caminho de volta em direção a St. Maxime, passamos por Frejus, que é uma cidade bem bacana e tem uma praia bonita. Talvez seja uma boa base para uma próxima viagem. Frejus ainda tem ruínas do império romano bem bacanas, pelas fotos, mas nosso objetivo era pegar uma prainha, então não paramos para conhecer. Depois passamos por Issambres e chegamos a uma praia com grande extensão de areia, já bem perto de St. Maxime. Lá fizemos nosso pic-nic de baguete com suco de maçã e um doce da  pâtisserie mais próxima. Esse foi nosso - delicioso - almoço várias vezes durante a viagem. Comprávamos a baguete recheada numa boulangerie de um artisan boulanger, que são as melhores padarias de cada cidade, segundo meu marido que morou na França. A água gelada do mar ainda não me convenceu de entrar, mas havia bastante gente na água, incluindo meu marido. :)
St. Maxime
No dia seguinte, fomos conhecer a famosa St. Tropez. Parei para comprar uma água no mesmo mercado que íamos em qualquer cidade, o Casino, e para a minha surpresa, custava 3,00 euros! Em qualquer outro lugar, não sairia por mais de $1,50. Aí você percebe que os ricos têm seu lugar no mundo e que é necessário que alguma coisa os separe do resto de nós, mortais. A cidade não tem uma via beira-mar e as praias são meio escondidas. Não há onde estacionar o carro, a não ser nos estacionamento dos clubes, que cobram, na baixa temporada, 5,00 a 10,00 euros para passar o dia. Paramos num estacionamento da praia Tahiti, que é a mais famosa, e finalmente chegamos à areia do mar e, para a nossa decepção, não era nada de mais. A água e a areia eram tão bonitas quanto às da praia do dia anterior. Dessa vez, fiz minha estréia no mar Mediterrâneo. A água é gelada, mas o dia estava bem quente e não tínhamos guarda-sol.
Há vários clubes de praia por toda a orla, que é bem grande. A cidade é bem charmosinha e talvez seja mais legal à noite, com seus cafés e restaurantes todos funcionado. Mas acaba sendo um lugar meio mítico e não dá pra deixar de ir, quando se está tão perto.

St. Tropez


Meu marido lindo na varanda de jasmins do Clem´s

Pousada Ancie 
Veja a primeira parte do relato dessa viagem aqui.

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